Mulher no Mercado do Trabalho
É inegável que apesar dos avanços conquistados e dos compromissos assumidos para continuar progredindo, as perspectivas das mulheres no mundo do trabalho ainda estão longe de ser iguais às dos homens. Proporcionalmente, há mais mulheres com dificuldade de encontrar trabalho do que homens. Um dos fatores preponderantes para a conservação desse quadro desigual envolve aspectos históricos, culturais e sociais. As mulheres continuam sendo as principais responsáveis pelas tarefas domésticas, cuidado com os filhos (se forem menores de cinco anos, a dificuldade aumenta) e demais responsabilidades familiares. A mulher continua acumulando papéis, mesmo quando inserida com sucesso no mercado profissional.
Analisando o mercado de trabalho é possível facilmente constatar que as mulheres possuem competências para assumir qualquer posto de trabalho. Profissionais estão sujeitos a erros e acertos independentemente de seu gênero sexual.
Infelizmente as mulheres continuam tendo desvantagens salariais em relação aos homens. Nas áreas administrativas, financeiras e comerciais, chegam a receber quase metade do que os homens ganham.
Como profissional de RH, sugiro que as mulheres devam focar e evidenciar mais suas habilidades, haja vista que elas possuem o maior numero de ingresso no ensino superior e nas instituições com cursos técnicos e/ou profissionalizantes, além de que, as mulheres são privilegiadas: o saber comunicar-se, a sensibilidade, o saber ouvir, a facilidade de fazer múltiplas tarefas ao mesmo tempo, estar sempre “com a visão periférica, ligada em tudo” a própria intuição feminina como fator determinante na tomada de decisões, enfim, ferramentas fundamentais na liderança e para quem deseja crescer no mercado de trabalho.
Não poderia deixar de mencionar outro grande fator limitante que a mulher enfrenta, o qual está ligada a outras questões mais profundas e nem sempre são levantadas: a insegurança quanto ao seu valor, este é o maior sabotador da carreira feminina. Além da minha experiência em RH, varias pesquisas validam que inseguranças afetam mais as mulheres que os homens, no ambiente corporativo.
Além de todas as dificuldades causadas por décadas de machismo que ainda nos afetam, ainda temos que enfrentar um processo de construção de autoconfiança. Está mais do que na hora de reconhecermos todas nossas competências, nos posicionarmos e bancarmos nossas próprias ideias.
Enfim, o autoconhecimento é uma ferramenta poderosa para trabalharmos nossas crenças limitantes, medos e inseguranças. Todas as mulheres podem e devem confiar mais em suas competências, cuidando para que isso não vire uma busca incessante pela perfeição, que no final, só gera culpas.
Porque, embora desejemos, não somos super-heroínas e estamos longe de sermos perfeitas. Somos humanas e temos dificuldades, SIM. Vivemos contradições, SIM.
Que todos os dias do ano seja o Dia Internacional e interminável da mulher!!!
Maria Claudia Martins
Mãe, avó, filha, psicóloga, empresária …mulher